A miséria não é a mesma coisa que a pobreza; a miséria é a pobreza sem confiança, sem solidariedade, sem esperança", explicou
France Presse
Publicação: 04/02/2014 15:52 Atualização:
Vaticano - O papa Francisco pediu aos católicos que se comprometam a aliviar as várias misérias que afligem o homem contemporâneo, da material à moral e espiritual, em sua primeira mensagem pela Quaresma divulgada nesta terça-feira (4/2) pelo Vaticano.
"Imitando nosso mestre, nós, cristãos, somos chamados a prestar atenção à miséria de nossos irmãos, a tocá-las, a nos responsabilizarmos por elas, e a realizar ações concretas para aliviá-las", escreveu o Papa.
"A miséria não é a mesma coisa que a pobreza; a miséria é a pobreza sem confiança, sem solidariedade, sem esperança. Podemos separar três tipos de miséria: a miséria material, a miséria moral e a miséria espiritual", explicou.
A Quaresma, que começa na Quarta-Feira de Cinzas e termina na véspera da Quinta-Feira Santa, dura 40 dias, e simboliza o esforço vivido por Jesus no deserto, e, segundo a tradição cristã, deve servir para o jejum e a penitência.
Com o título "Se fez pobre para enriquecer-nos com sua pobreza" - uma citação de uma carta de São Paulo, em que o apóstolo prega a solidariedade - a mensagem papal propõe a reflexão sobre a pobreza no mundo de hoje. O Papa latino-americano tem denunciado as injustiças sociais desde que foi eleito, em março passado.
Francisco convida a Igreja e os católicos a ajudarem aqueles que "vivem em uma condição que não é digna da pessoa humana: privados de seus direitos fundamentais e dos bens de primeira necessidade, como comida, água, condições higiênicas, trabalho, possibilidade de desenvolvimento e de crescimento cultural", afirmou.
"Frente a esta miséria, a Igreja oferece seu serviço para responder as necessidades e curar as feridas que desfiguram o rosto da Humanidade", indica o texto.
"Dessa forma, nossos esforços se orientam em encontrar uma maneira de encerrar as violações da dignidade humana, as discriminações e os abusos que, em tantos casos, são a origem da miséria", acrescentou.Leia mais notícias em Mundo
"Quando o poder, o luxo e o dinheiro se transformam em ídolos, tornam-se mais importante que uma distribuição justa das riquezas. Por isso, é necessário que as consciências se convertam à justiça, à igualdade, à sobriedade e ao compartilhamento", indicou Francisco.
Para o pontífice, "não é menos preocupante a miséria moral, que consiste em tornar-se escravo do vício e do pecado". "Quantas famílias vivem angustiadas por algum integrante dependente de álcool, drogas, jogo ou pornografia!", exclamou.
"Quantas pessoas perderam o sentido da vida, estão sem perspectivas de futuro e perderam a esperança! E quantas pessoas se veem obrigadas e viver nesta miséria por condições sociais injustas, por falta de um trabalho, que as priva da dignidade de levar o pão para casa, por falta de igualdade em relação aos direitos de saúde e educação", enfatizou.
"Nesses casos a miséria moral quase poderia ser chamada de suicídio incipiente", assegurou. A mensagem foi apresentada pelo cardeal guineano Robert Sarah, presidente do Pontifício Conselho Cor Unum, orgão da Igreja encarregado de obras de caridade.
Para o cardeal, o papa quis falar das "misérias que não são vistas", porque "o grande erro da cultura moderna é imaginar que o homem pode ser feliz sem Deus", explicou.
"Se considerarmos que não precisamos de Deus, nem que Cristo nos estende a mão, porque pensamos que nos basta a nós mesmos, nos encaminhamos para um caminho de fracasso. Deus é o único que verdadeiramente salva e liberta", explica o papa Francisco em sua mensagem aos católicos.
France Presse
Publicação: 04/02/2014 15:52 Atualização:
"Imitando nosso mestre, nós, cristãos, somos chamados a prestar atenção à miséria de nossos irmãos, a tocá-las, a nos responsabilizarmos por elas", disse |
Vaticano - O papa Francisco pediu aos católicos que se comprometam a aliviar as várias misérias que afligem o homem contemporâneo, da material à moral e espiritual, em sua primeira mensagem pela Quaresma divulgada nesta terça-feira (4/2) pelo Vaticano.
"Imitando nosso mestre, nós, cristãos, somos chamados a prestar atenção à miséria de nossos irmãos, a tocá-las, a nos responsabilizarmos por elas, e a realizar ações concretas para aliviá-las", escreveu o Papa.
"A miséria não é a mesma coisa que a pobreza; a miséria é a pobreza sem confiança, sem solidariedade, sem esperança. Podemos separar três tipos de miséria: a miséria material, a miséria moral e a miséria espiritual", explicou.
Saiba mais...
Papa Francisco pede simplicidade em mensagem de Quaresma aos fiéis Rainha Elizabeth II visita papa Francisco no Vaticano, em abril Papa estuda abrir os arquivos sobre o polêmico Papa Pio XII Com o título "Se fez pobre para enriquecer-nos com sua pobreza" - uma citação de uma carta de São Paulo, em que o apóstolo prega a solidariedade - a mensagem papal propõe a reflexão sobre a pobreza no mundo de hoje. O Papa latino-americano tem denunciado as injustiças sociais desde que foi eleito, em março passado.
Francisco convida a Igreja e os católicos a ajudarem aqueles que "vivem em uma condição que não é digna da pessoa humana: privados de seus direitos fundamentais e dos bens de primeira necessidade, como comida, água, condições higiênicas, trabalho, possibilidade de desenvolvimento e de crescimento cultural", afirmou.
"Frente a esta miséria, a Igreja oferece seu serviço para responder as necessidades e curar as feridas que desfiguram o rosto da Humanidade", indica o texto.
"Dessa forma, nossos esforços se orientam em encontrar uma maneira de encerrar as violações da dignidade humana, as discriminações e os abusos que, em tantos casos, são a origem da miséria", acrescentou.Leia mais notícias em Mundo
"Quando o poder, o luxo e o dinheiro se transformam em ídolos, tornam-se mais importante que uma distribuição justa das riquezas. Por isso, é necessário que as consciências se convertam à justiça, à igualdade, à sobriedade e ao compartilhamento", indicou Francisco.
Para o pontífice, "não é menos preocupante a miséria moral, que consiste em tornar-se escravo do vício e do pecado". "Quantas famílias vivem angustiadas por algum integrante dependente de álcool, drogas, jogo ou pornografia!", exclamou.
"Quantas pessoas perderam o sentido da vida, estão sem perspectivas de futuro e perderam a esperança! E quantas pessoas se veem obrigadas e viver nesta miséria por condições sociais injustas, por falta de um trabalho, que as priva da dignidade de levar o pão para casa, por falta de igualdade em relação aos direitos de saúde e educação", enfatizou.
"Nesses casos a miséria moral quase poderia ser chamada de suicídio incipiente", assegurou. A mensagem foi apresentada pelo cardeal guineano Robert Sarah, presidente do Pontifício Conselho Cor Unum, orgão da Igreja encarregado de obras de caridade.
Para o cardeal, o papa quis falar das "misérias que não são vistas", porque "o grande erro da cultura moderna é imaginar que o homem pode ser feliz sem Deus", explicou.
"Se considerarmos que não precisamos de Deus, nem que Cristo nos estende a mão, porque pensamos que nos basta a nós mesmos, nos encaminhamos para um caminho de fracasso. Deus é o único que verdadeiramente salva e liberta", explica o papa Francisco em sua mensagem aos católicos.